‘Espero um dia poder dizer eu te amo pra vocês’, diz filho de enfermeira morta pelo marido

Adolescente de 15 anos fez uma publicação emocionante nas redes sociais para homenagear os pais: ‘meus heróis’

‘Espero um dia poder dizer eu te amo pra vocês’, diz filho de enfermeira morta pelo marido
Imagem: Reprodução

Desde o último domingo a vida de um adolescente de 15 anos virou de ponta a cabeça no bairro de Mussurunga, em Salvador. O pai dele matou a mãe dele, Renata Santana de Freitas, e depois tirou a própria vida. O feminicídio deixou os vizinhos perplexos, porque os dois eram considerados uma “mãezona” e um “paizão”. Algumas horas após o crime, o adolescente, filho único, fez uma publicação com uma foto dos três sorrindo e um relato emocionante.

“Obrigado por tudo, meus amores. Eu amo muito vocês, a todo sempre, independentemente de qualquer coisa. Espero que um dia eu possa dizer um último ‘eu te amo’ para vocês. Ainda vamos nos encontrar mesmo que não seja nessa vida. Meus heróis”, disse. Ele também publicou uma foto só com a mãe e outra só com o pai.

Vizinhos contaram que os pais eram amorosos com o filho e ainda estão tentando entender o que aconteceu. Os dois começaram a namorar quando ainda eram estudantes e viveram juntos por 20 anos. Recentemente, o relacionamento chegou ao fim, mas eles mantinham a cordialidade.

O casal morava próximo de familiares e, segundo o pai e o irmão de Renata, não há relatos de agressão física. Nos 20 anos de casamento, eles eram considerados bem-humorados, bons vizinhos e as famílias se relacionavam bem. Os corpos serão sepultados no Cemitério Bosque da Paz, nesta segunda-feira (20). O filho do casal está sob os cuidados de familiares.

Crime

Na noite de domingo (19), a enfermeira Renata Santana de Freitas, 37 anos, saiu de casa para participar de uma confraternização na casa de uma amiga. O imóvel fica na mesma rua e a alguns metros de onde ela vivia com o filho. A irmã dela e outras amigas também participaram do encontro.

O segurança André Luís Sena de Oliveira, 44 anos, chegou no portão e chamou por “bica”, como a enfermeira era conhecida. As amigas mandaram que ele entrasse, mas o segurança recusou o convite e pediu para chamarem Renata. Quando a vítima saiu, ele sacou a arma e fez os disparos.

Segundo testemunhas, a enfermeira foi baleada três vezes, no abdômen e na cabeça. Houve correria e as amigas tentaram ajudar, mas Renata morreu no local. No sábado, um dia antes do crime, André Luís teria pedido para retomar o relacionamento, mas Renata disse não.

Depois de matar a ex-esposa, o segurança entrou no carro e seguiu para casa, no Setor I, também em Mussurunga. Ainda dentro do carro, com os vidros fechados, ele se despediu do filho por telefone, e depois tirou a própria vida. Ele foi sargento do Exército, mas atualmente não fazia mais parte das Forças Armadas e trabalhava como segurança. As duas famílias estão desoladas.